21 setembro 2012

Espelho, espelho és meu!




«Eu, esta orgulhosa Lais para quem a Grécia era um brinquedo e que tinha à porta um enxame de jovens amantes, consagro a Vénus este espelho. Não quero ver-me tal qual sou, e não posso ver-me tal qual era.»


Eu, esta Lais de orgulho insubmisso,

A cuja porta vinham os amantes

Como abelhas doiradas ao cortiço...

Eu, esta Lais que tinha dantes

O rosto lindo e ledo;

Eu, para quem a altiva Grécia era

Um leve, fútil e infantil brinquedo;

A ti, beleza que se não altera,

A ti, ó deusa, o meu espelho dou.

- Não posso ver-me como dantes era!...

- Não quero ver-me como agora sou!...

(Platão)



Espelho, espelho és meu!


Eu,esta orgulhosa Lais de espelho restitúido

que possui ainda um enxame de abelhas doiradas a me atormentar

peço a ti,ó Poeta

que não altere esta Beleza que tu,

somente tu podes controlar.

Fizes-te-me deusa

dotada da Beleza que até Venus chega a invejar.

Mas eu, ESTA Lais

não sou a Lais de Platão.

Sou Tua

Tão somente Tua.

E necessito tão somente

da Tua Criação

Não posso ver-me como dantes era!...

Preciso ver-me como agora sou!...



(Lais Jéssica)



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