LXXX
Oh ! desanimo quando escrevo em teu louvor,
Sabendo que melhor poeta usa o teu nome
E vive a te exaltar com todo o seu vigor,
Para que, língua atada, eu fale em teu renome !
Mas já que imenso como o oceano o teu valor
Conduz a vela humilde assim como a garbosa,
A minha barca audaz, sabendo-se inferior,
No entanto o largo mar afronta presunçosa.
Com tua ajuda rasa eu poderei flutuar,
Enquanto ele navega abismos insondáveis;
Sou um bote sem valor, bem posso naufragar,
Mas ele é de estrutura e aspecto inatacáveis.
Assim, se eu fôr ao fundo e o outro prosperar,
Será isto o pior : o amor vir-me arruinar.
Oh ! desanimo quando escrevo em teu louvor,
Sabendo que melhor poeta usa o teu nome
E vive a te exaltar com todo o seu vigor,
Para que, língua atada, eu fale em teu renome !
Mas já que imenso como o oceano o teu valor
Conduz a vela humilde assim como a garbosa,
A minha barca audaz, sabendo-se inferior,
No entanto o largo mar afronta presunçosa.
Com tua ajuda rasa eu poderei flutuar,
Enquanto ele navega abismos insondáveis;
Sou um bote sem valor, bem posso naufragar,
Mas ele é de estrutura e aspecto inatacáveis.
Assim, se eu fôr ao fundo e o outro prosperar,
Será isto o pior : o amor vir-me arruinar.
(SHAKESPEARE)
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