Aonde?
Ando a chamar por ti, demente, alucinada,
Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde...?
O eco ao pé de mim segreda... desgraçada...
E só a voz do eco, irónica, responde!
Estendo os braços meus! Chamo por ti ainda!
O vento, aos meus ouvidos, soluça a murmurar:
Parece a tua voz, a tua voz tão linda
Cantando como um rio banhado de luar!
Eu grito a minha dor, a minha dor intensa!
Esta saudade enorme, esta saudade imensa!
E só a voz do eco a minha voz responde...
Em grito, a chorar, soluço o nome teu
E grito ao mar, à terra, ao puro azul do céu:
Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde?
Ando a chamar por ti, demente, alucinada,
Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde...?
O eco ao pé de mim segreda... desgraçada...
E só a voz do eco, irónica, responde!
Estendo os braços meus! Chamo por ti ainda!
O vento, aos meus ouvidos, soluça a murmurar:
Parece a tua voz, a tua voz tão linda
Cantando como um rio banhado de luar!
Eu grito a minha dor, a minha dor intensa!
Esta saudade enorme, esta saudade imensa!
E só a voz do eco a minha voz responde...
Em grito, a chorar, soluço o nome teu
E grito ao mar, à terra, ao puro azul do céu:
Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde?
(Florbela Espanca)
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