03 setembro 2007

Minha Poesia


MINHA POESIA
(INTRODUCTIO)

Minha Poesia já nasce morta,
Sem pensão nem registro em cartório.
Minha Poesia é faca sem cabo,
Cortando autor e leitor quando lida.
Minha poesia é pedrada na cara,
Espelho Negro que ofusca a cegueira.
Minha poesia é a própria análise
Do meu tosco lirismo.

Meus Versos são chagas que todos escondem,
Mostram o profundo dos poetas rasos.
São os versos da falta de tempo.
Meus versos não têm apoio,
Pois não adulam ninguém.

Minha Poesia é o retrato da angústia;
Não ganha troféus nem vai mudar nada,
Pois não gera dinheiro pros outros.
É o passional que dura segundos,
Como a estranha que passa na rua.
Minha poesia é um Buhda ao avesso,
Escrita em papéis que cortam os dedos.
Minha poesia mata e ressuscita,
E não é nem um pouco egoísta:
Machuca todo mundo


(Keylla Gótica)


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