13 julho 2010

Desencanto


Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento...de desencanto...
Fecha o meu livro,se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue.Volúpia ardente...
Tristeza esparsa...remorso vão...
Dói-me nas veias.Amargo e quente,
Cai,gota a gota,do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

-Eu faço versos como quem morre.

( Manuel Bandeira )

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