01 novembro 2007

A Bruxa


A BRUXA

(a Emil Farhat)


Tu andas de alma em alma errando, errando,
como de santuário em santuário.
És o secreto e místico templário,
As almas, em silêncio, contemplando.

Não sei que de harpas há em ti vibrando,
que sons de peregrino estradivário
Que lembras reverências de sacrário
E de vozes celestes murmurando.

Mas sei que de alma em alma andas perdido
Atrás de um belo mundo indefinido
De silêncio, de Amor, de Maravilha.

Vai! Sonhador das nobres reverências!
A alma da Fé tem dessas florescências,
Mesmo da Morte ressuscita e brilha!


(Cecília Meireles)

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