15 dezembro 2010

Não és Bom, nem és Mau


Não és Bom, nem és Mau




Não és bom, nem és mau: és triste e humano...

Vives ansiando, em maldições e preces,

Como se a arder no coração tivesses

O tumulto e o clamor de um largo oceano.

Pobre, no bem como no mal padeces;

E rolando num vórtice insano,

Oscilas entre a crença e o desengano,

Entre esperanças e desinteresses.

Capaz de horrores e de ações sublimes,

Não ficas com as virtudes satisfeito,

Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:

E no perpétuo ideal que te devora,

Residem juntamente no teu peito

Um demônio que ruge e um deus que chora.



( Olavo Bilac )

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