30 agosto 2007

O Fim Das Coisas


O Fim das Coisas

Pode o homem bruto,adstrito à ciência grave,
Arrancar,num triunfo surpreendente,
Das profundezas do Subconsciênte
O milagre estupendo da aeronave!

Rasgue os broncos basaltos negros,cave,
Sêfrego,o solo sáxeo;e,na ânsia ardente
De perscrutar o íntimo do orbe,invente
A lâmpada a flogística de Davy!

Em vão!Contra o poder criador do Sonho
O Fim das Coisas mostra-se medonho,
Como o desaguadouro atro de um rio...

E quando,ao cabo do último milênio,
A humanidade vai pesar seu gênio
Encontra o mundo,que ela encheu,vazio!

( Augusto dos Anjos)

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