03 agosto 2007

Amor Vivo


AMOR VIVO

Amar ! mas dum amor que tenhas vida...
Não sejam sempre tímidos arpejos,
Não sejam delírios e desejos
Duma doida cabeça ensandecida...
Amor que viva e brilhe ! luz fundida
Que penetre o meu ser - e não só beijos
Dados no ar - delírios e desejos -
Mas o amor... dos amores que têm vida...
Sim, vivo e quente ! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços,
Como névoa da vaga fantasia...
Nem murchará do Sol à chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores... se têm vida ?

(ANTERO DE QUENTAL)


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