18 agosto 2010

Insônia


Insônia


a boca escancarada da noite

os urros do silêncio

as teclas mudas



não tilintam os cristais

não estilhaçam a vidraça

os amantes não sussurram

não há sinos de igreja

o mundo acabou

o relógio dorme

o tempo não passa



onde estão os latidos

os galos os gritos

os olhos do sol?



na cama imensa

o corpo exausto

o vazio da tua ausência

e os mil anos dessa noite

que me engole

que me vomita


( Líria Porto )

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