25 agosto 2010

Erros Meus a que Chamarei Virtude


Erros Meus a que Chamarei Virtude



Erros meus a que chamarei virtude,

Por bem vos quero, e morro despedido

Sem amor, sem saúde, o chão perdido,

Erros meus a que chamarei virtude.



A terra cultivei, amargo e rude,

No sonho de melhor a ter servido;

Para ilusão de um palmo de comprido,

A terra cultivei, amargo e rude.



E o amor? A saúde? Eis os dois Lagos

Onde os olhos me ficam debruçados

— Azul e roxo, rasos de água os Lagos.



Mas direis, erros meus, ainda amores?

— São bonitos os dias acabados

Quando ao poente o Sol desfolha flores.



( Afonso Duarte )

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