06 agosto 2010

NO MAR


NO MAR



Ele sustém eternos murmúreos

Nas praias desoladas, e com soberbas cristas

Inunda vinte mil cavernas, até que o sortilégio

De Hécate as deixe com seu velho e assombroso som.

Muitas vezes se encontra tão tranqüilo,

Que até a menor das conchas permanece dias imóvel

Desde o desenlace dos ventos celestiais.

Vós, cujos olhos se enchem de tormento e tédio,

Regozijai-os com a imensidão do mar;

Vós, cujos ouvidos estão atordoados pelo rude ruído,

Ou enfastiados pela música melosa -

Sentai-vos na boca de uma velha caverna, e meditai

Até que escuteis, como se cantassem, as ninfas do mar!



( John Keats )

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