23 outubro 2010

De Um e de Dois, de Todos


De Um e de Dois, de Todos




Sou o espectador o actor e o autor

Sou a mulher o marido e o filho

E o primeiro amor e o derradeiro amor

E o furtivo transeunte e o amor confundido



E de novo a mulher seu leito e seu vestido

E seus braços partilhados e o trabalho do homem

E seu prazer em flecha e a fêmea ondulação

Simples e dupla a carne nunca se exila



Pois onde começa um corpo ganho eu forma e

[consciência

E mesmo quando na morte um corpo se desfaz

Eu repouso em seu cadinho desposo o seu

[tormento

Sua infâmia me honra o coração e a vida.



( Paul Eluard )

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