27 outubro 2010

Morte não é a Esquálida Caveira


Morte não é a Esquálida Caveira




Morte não é a esquálida caveira

Dura, disforme, seca e carcomida:

Ela um destroço é, uma caída

Da abreviada, racional carreira.



De ossos e carne envernizada, inteira,

Por vida tem a nossa própria vida.

Come, bebe, passeia, está vestida

E, até morrer, é nossa companheira.



E sombra que sentimos e não vemos,

Segue-nos sempre aonde quer que vamos,

Só nos deixa nos últimos extremos.



A Morte é sempre a vida que logramos,

Pois morte são os dias que vivemos

E, vida, só o instante que expiramos.



( Francisco Joaquim Bingre )

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