Morte não é a Esquálida Caveira
Morte não é a esquálida caveira
Dura, disforme, seca e carcomida:
Ela um destroço é, uma caída
Da abreviada, racional carreira.
De ossos e carne envernizada, inteira,
Por vida tem a nossa própria vida.
Come, bebe, passeia, está vestida
E, até morrer, é nossa companheira.
E sombra que sentimos e não vemos,
Segue-nos sempre aonde quer que vamos,
Só nos deixa nos últimos extremos.
A Morte é sempre a vida que logramos,
Pois morte são os dias que vivemos
E, vida, só o instante que expiramos.
( Francisco Joaquim Bingre )
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