05 outubro 2010

Janela do Sonho


Janela do Sonho




Abri as janelas

que havia dentro de ti

e entrei abandonado

nos teus braços generosos.



Senti dentro de mim

o tempo a criar silêncio

para te beber altiva e plena.



Mil vezes

repeti teu nome,

mil vezes,

de forma aveludada

e era a chave

que se expunha

e fecundava dentro de mim.



Já não se sonha,

deixei de sonhar,

o sonho é poeira dos tempos

é a voz da extensão

é a voz da pureza

que dardejava na nossa doçura.



Quando abri as tuas janelas

e despi teus braços

perdi a vaidade

e a pressa,

amei a partida

e em silêncio abri,

(sem saber que abria)

uma noite húmida

em combustão secreta

desmaiado no teu ombro

de afrodite.



( Carlos Melo Santos )

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