28 outubro 2010

Cai a Chuva Abandonada

Cai a Chuva Abandonada




Cai a chuva abandonada

à minha melancolia,

a melancolia do nada

que é tudo o que em nós se cria.



Memória estranha de outrora

não a sei e está presente.

Em mim por si se demora

e nada em mim a consente



do que me fala à razão.

Mas a razão é limite

do que tem ocasião



de negar o que me fite

de onde é a minha mansão

que é mansão no sem-limite.

Ao longe e ao alto é que estou

e só daí é que sou.



( Vergílio Ferreira )

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