13 outubro 2010

A Praça


A Praça




A praça da Figueira de manhã,

Quando o dia é de sol (como acontece

Sempre em Lisboa), nunca em mim esquece,

Embora seja uma memória vã.



Há tanta coisa mais interessante

Que aquele lugar lógico e plebeu,

Mas amo aquilo, mesmo aqui ... Sei eu

Por que o amo? Não importa. Adiante ...



Isto de sensações só vale a pena

Se a gente se não põe a olhar para elas.

Nenhuma delas em mim serena...



De resto, nada em mim é certo e está

De acordo comigo próprio. As horas belas

São as dos outros ou as que não há.



( Álvaro de Campos )

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