01 novembro 2010

Duplo Império


Duplo Império




Atravesso as pontes mas

(o que é incompreensível)

não atravesso os rios,

preso como uma seta

nos efeitos precários da vontade.

Apenas tenho esta contemplação

das copas das árvores

e dos seus prenúncios celestes,

mas não chego a desfazer

as flores brancas e amarelas

que se desprendem.

As estações não se conhecem,

como lhes fora ordenado,

mas tecem o duplo império

do amor e da obscuridade.



( Pedro Mexia )

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