O Cachimbo
Trigueiro, negro, enfarruscado,
Sou o cachimbo d'um autor,
incorrigível fumador,
Que me tem já quase queimado.
Quando o persegue ingente dor,
Eu, a fumar, sou comparado
Ao fogareiro improvisado
Para o jantar d'um lenhador.
Vai envolver-lhe a tova mente
O fumo azul e transparente
Da minha boca em erupção...
A sua dor, prestes, se acalma;
Leva-lhe o fumo a paz à alma,
Vai Alegrar-lhe o coração!
( Charles Baudelaire )
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