11 setembro 2010

Vendo-a Sorrir


Vendo-a Sorrir




Filha, quando sorris, iluminas a casa

Dum celeste esplendor.

A alegria é na infância o que na ave é asa

E perfume na flor.



Ó doirada alegria, ó virgindade santa

Do sorriso infantil!

Quando o teu lábio ri, filha, a minha alma canta

Todo o poema de Abril.



Ao ver esse sorriso, ó filha, se concentro

Em ti o meu olhar,

Engolfa-se-me o céu azul pela alma dentro

Com pombas a voar.



Sou o Sol que agoniza, e tu, meu anjo loiro,

És o Sol que se eleva.

Inunda-me de luz, sorri, polvilha de oiro

O meu manto de treva!



( Guerra Junqueiro )

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