Desespero
Em tom de rosa, numa sombra de culpa.
No riso que envolve, na lágrima que sulca.
Na pele que grava cada palavra, cada estação.
Na dor que evapora, leva embora o próprio chão.
No ritmo da música, no acorde lento,
No grito que trinca, a tez do momento.
Na despedida, agonia, poesia de botequim,
No desespero que entorna, adorna, frio em mim.
Nas mãos que rasgam, os poemas antigos,
Nos olhos que sangram passadas rotinas,
No momento sagrado de ver-me sozinho,
Na quietude tranqüila e muda, que não muda
Em nada, as pedras do caminho.
( Tonho França )
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